É fato amplamente conhecido que a vida é algo incerto, mas nem por isso ela precisa ser completamente sem controle.

Paulo Paganini
10/01/2021

É fato amplamente conhecido que a vida é algo incerto, mas nem por isso ela precisa ser completamente sem controle. Assim como em qualquer empresa, nossa vida possui pontos completamente controláveis e outros pontos que não são nenhum pouco passíveis de controle. E, ainda como em qualquer empresa, os pontos que não são passíveis de controle devem ser monitorados. E é justamente por este caminho que vamos pensar sobre PROJETO DE VIDA E PLANEJAMENTO DE VIDA. Com isso, é possível acomodar na sua rotina aquelas coisas imprevisíveis que surgem e para as quais nós não estamos preparados completamente.

Aqui, nós vamos pensar na criação de objetivos e, indo além, na inserção dos aspectos emocionais no planejamento de nossas vidas. Dessa forma, teremos algo completamente realista e que pode ser utilizado em quaisquer circunstâncias.

O primeiro passo é fazermos as perguntas adequadas para nós mesmos. Não existem perguntas ideais que conduzam nossas vidas e nos dê completa clareza do que atingiremos no futuro. No entanto, as perguntas certas nos permitem ter ao menos um norte bastante claro do caminho a ser percorrido.

A primeira pergunta é ‘quais resultados você deseja alcançar?’. Por meio dessa pergunta, é possível pensar na plausibilidade de um objetivo, nos recursos necessários para se alcançar tal objetivo e principalmente qual tipo de melhoria contínua você deve adotar para chegar cada vez mais perto do seu objetivo.

A segunda pergunta e talvez a mais difícil de todas é ‘o que, de fato, inspira você?’. Alguns são movidos pela liberdade financeira, outros são movidos pela qualidade de vida. Mas, indo além destes pontos básicos, por que você faz o que faz? E por que você tem como norte aqueles resultados respondidos anteriormente?

Por fim, a última pergunta adequada é ‘quais ações levarão você a atingir aqueles resultados’. Esta também não é uma pergunta fácil, mas de alguma forma nos permite pensar na operacionalização da coisa toda. Em outras palavras, você deve pensar alguns caminhos e ações de curtíssimo, de médio e de longo prazo que devem ser executadas. A soma destas ações aumenta a sua probabilidade de alcançar aqueles resultados tão desejados.

O segundo passo é o mais prazeroso e também o mais penoso. É nesta fase que buscamos definir nossas prioridades. Talvez você queira ter sucesso simultâneo em todas as esferas da sua vida. No entanto, isso não é tarefa fácil. É por este motivo que trabalhos, normalmente, com uma lista de prioridades. É prazeroso ver essa lista tomando forma, mas é penoso porque teremos que escolher uma coisa em detrimento de outras.

Como alternativa, a sua lista de prioridades pode conter relacionamentos, estudos, carreira profissional, família, dedicação aos grupos sociais, saúde, bem estar, estabilidade financeira, entre outros. Pense nestes pontos como sendo tubos vazios que precisam ser enchidos com água. No entanto, não temos água suficiente para encher todos ao mesmo tempo. É por isso que devemos escolher quais nós queremos encher primeiro.

O terceiro passo é a fase em que criamos mapas mentais para CRESCIMENTO PESSOAL, para mudanças abruptas e para situações de crise, cada qual em torno dos resultados que almejamos e de acordo com as prioridades que definimos. No mapa de crescimento, busque elencar tópicos específicos que permitirão seu crescimento pessoal e profissional, e anote o que você deve fazer, de fato, para conseguir atingir tal crescimento. O segundo mapa é o mapa de mudanças, que permite a você redirecionar os rumos da sua vida rapidamente em caso de imprevistos. Neste mapa, elenque alternativas ao seu mapa de crescimento e, dessa forma, caso algo dê errado naquele primeiro mapa, você poderá ajustá-lo de acordo com a nova realidade. Assim, ao invés de tentar mudar as circunstâncias, você seguirá ao lado delas aproveitando o embalo. Por fim, a última proposta é o desenvolvimento de um mapa de crise. Para isso, desenvolva mapas para cenários diferentes: um mapa para situações otimistas, outro mapa para situações realistas e, por fim, outro para situações pessimistas. Além disso, para gerenciar bem os momentos de crise, é recomendável que se desenvolva mapas tendo como foco o segundo e o terceiro ponto da sua lista de prioridades.

Caso queira ir além, pense também nos fatores restritivos. Para cada fase, defina quais barreiras podem surgir e quais planos adotar para enfrentar estas barreiras. Um bom exemplo disso é a reserva financeira de emergência que, quando consolidada, nos permite enfrentar diversos obstáculos que poderiam barrar nossos passos rumo aos nossos objetivos de vida.

Desta forma, seguindo estes passos simples você terá clareza do caminho a seguir, terá suas prioridades listadas, e terá, de forma concisa, o que deve ser feito para se obter crescimento, para se executar mudanças e para gerenciar crises.

 


Paulo Paganini: Professor Universitário, doutor, pesquisador, consultor e entusiasta do mundo das organizações.

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