Como podemos constatar em diversos campos, a ciência é uma poderosa fonte de conhecimento. Áreas como a Medicina, Psicologia, Administração, Economia e Geografia... são alguns exemplos da importância da ciência na evolução de conceitos, fundamentos e construções de conhecimentos. Nesse artigo vamos focar no Neuromarketing, um campo muito atual que se baseia nas áreas de Marketing e Neurociência.
O Neuromarketing busca analisar o comportamento do consumidor com base nas informações que o cérebro processa, identificando questões emocionais e estímulos relacionados a produtos, serviços, marcas ou empresas. Podemos inclusive associar o Neuromarketing com o Marketing 3.0, que é centrado no ser humano. Essa área visa então entender as percepções humanas e assim promover ações de Marketing mais efetivas e mais eficientes.
O que você mais considera ao adquirir um produto ou serviço? Você compra quando o preço é menor? Você dá bastante importância para a qualidade? A praticidade da aquisição te influencia? Ou o status da compra faz diferença? Várias são as nossas motivações para as compras e tudo isso está relacionado às nossas emoções, ao que sentimos sobre as nossas escolhas.
Assim, muitas vezes o que te leva a comprar está associado a algum afeto, a alguma sensação boa que faz com que você se sinta bem e confortável, que te remeta a uma experiência agradável já vivenciada, como uma festa, uma confraternização, uma comemoração, uma pessoa que você goste, uma viagem...
Dessa forma, é possível perceber que não há um consenso nas escolhas dos consumidores. Cada um tem experiências e sentimentos próprios e por isso, uma campanha muito generalizada de Marketing às vezes não tem um efeito muito eficiente. É preciso muitas vezes especificar e personalizar mais as estratégias.
Assim, o Neuromarketing é uma construção bastante subjetiva e pessoal, que analisa reações cerebrais por meio dos estímulos observados por influências neurológicas. Aponta-se que o processo de decisão de compra e as escolhas dos consumidores acontecem no subconsciente das pessoas.
Na perspectiva do Neuromarketing, defende-se então que simplesmente questionar uma pessoa se ela gosta ou não de determinado produto, serviço, marca ou empresa não é garantia de que a resposta seja sincera e verdadeira. Por isso, pesquisas de marketing mais simples e comuns não fariam muito sentido.
Vamos imaginar uma situação bem simples. Uma empresa irá lançar um produto novo no mercado e está em dúvida se a cor da embalagem será verde ou laranja. Além de outros meios como o estudo das cores e a atuação de um profissional da área (um designer), a empresa pode fazer uso de uma análise de neuromarketing. Ou seja, compreender por meio das reações cerebrais qual cor teria mais impacto para determinado público.
Claro que isso pode ser muito subjetivo, variando de pessoa para pessoa. Por isso, para se obter um resultado mais confiável e expressivo, é preciso aplicar o estudo em um número considerável de pessoas, assim como é feito em diferentes outros tipos de pesquisas, para que se torne válida, fundamentada e científica. Além das cores, podemos considerar cheiros, texturas, paladares, sons... os cinco sentidos dos seres humanos estão muito relacionados aos estudos do Neuromarketing.
Para finalizarmos o nosso texto, vamos destacar mais um ponto importante do Neuromarketing, os gatilhos mentais. Você já deve ter ouvido falar deles, não é mesmo? Os gatilhos mentais são técnicas bastante utilizadas na área de Marketing para influenciar decisões de compras, que buscam despertar necessidades a partir de uma informação ou de uma mensagem.
Por exemplo, uma estratégia muito frequente de gatilhos mentais é causar a sensação de escassez. Por meio de um senso de urgência, o consumidor entende que precisa comprar o quanto antes, antes que acabe. Ideias como “compre já”, “últimas peças” e “promoção válida apenas para hoje”, influenciam os consumidores a acelerarem suas decisões de compra.
Assim, observa-se que o Neuromarketing atua em diferentes frentes e pode contribuir bastante para alavancar vendas, melhorar a imagem das empresas, reforçar a lembrança de uma marca, dentre diversos outros benefícios organizacionais e competitivos. Invista mais tempo em estudar essa área da ciência, com certeza será um conhecimento muito proveitoso, significativo e aplicável.
Jessica Takano. Administradora e docente de Administração com experiência no ensino presencial e à distância. Principais áreas de atuação: Fundamentos e Teorias da Administração, Gestão de Pessoas, Marketing, Gestão Ambiental, Empreendedorismo e Planejamento Estratégico.